ReceitasPrato único

Mungunzá Salgado

O mungunzá salgado é um prato típico da culinária nordestina, conhecido por seu sabor marcante e sua forte ligação com a cultura popular. Tradicionalmente servido em festas juninas e almoços de família, ele representa a riqueza gastronômica de uma região que valoriza o aproveitamento de ingredientes simples com muito sabor.

Sua textura cremosa e o aroma defumado conquistam o paladar logo na primeira colherada. O contraste entre o milho cozido e os ingredientes encorpados cria uma combinação única, ideal para refeições mais robustas e cheias de personalidade. É uma receita que transmite afeto e tradição em cada porção servida.

Mais do que uma comida regional, o mungunzá salgado é um símbolo de celebração, fartura e identidade. Ele transforma ocasiões comuns em momentos especiais e reforça a importância da cozinha como espaço de memória e conexão familiar.


Como fazer Mungunzá Salgado

Como fazer Mungunzá Salgado_recipe-cookbook.com

Itens necessários

  • Panela de pressão (para o milho e feijão)
  • Panela grande (para finalizar o prato)
  • Frigideira (para o refogado e fritura do toucinho)
  • Colher de pau ou espátula
  • Tábua de corte
  • Faca afiada
  • Escorredor de alimentos

Ingredientes

  • 500 g de milho branco
  • 500 g de feijão mulatinho
  • 1 linguiça calabresa em rodelas
  • 1 paio em rodelas
  • 500 g de costelinhas suínas salgadas (dessalgadas)
  • 500 g de charque dessalgada em cubos
  • 1 cebola picada
  • 5 dentes de alho amassados
  • Sal e pimenta-do-reino a gosto
  • Coentro fresco picado a gosto
  • 300 g de toucinho defumado frito (reserve para o final)
  • 2 colheres (sopa) de colorau ou páprica defumada
  • 1 colher (chá) de cominho
  • 1 folha de louro

Tempo de preparo: 1 Hora.

Rende: 20 Porções.

Modo de preparo

  1. Coloque o milho de mungunzá em uma tigela grande, cubra com bastante água e deixe de molho por pelo menos 12 horas. Faça o mesmo com as carnes salgadas (charque e costelinha), trocando a água algumas vezes para retirar o excesso de sal.
  2. No dia seguinte, escorra a água do milho e leve-o para cozinhar em uma panela de pressão com água suficiente para cobrir. Cozinhe por cerca de 30 a 40 minutos ou até os grãos ficarem bem macios.
  3. Em outra panela de pressão, coloque o feijão mulatinho junto com as carnes já dessalgadas, a linguiça calabresa e o paio cortados em rodelas. Cubra com água e cozinhe até que o feijão esteja macio e as carnes bem cozidas. Reserve.
  4. Em uma frigideira ou panela, aqueça um pouco de óleo e refogue a cebola picada e o alho amassado. Acrescente o colorau (ou páprica defumada), o cominho e uma folha de louro. Deixe dourar levemente para liberar os aromas.
  5. Em uma panela grande, junte o milho cozido, o feijão com as carnes e o refogado aromático. Misture bem todos os ingredientes. Corrija o sal, adicione pimenta-do-reino a gosto e deixe cozinhar mais alguns minutos para apurar o sabor.
  6. Acrescente o toucinho frito (reserve um pouco para decorar, se quiser) e finalize com o coentro fresco picado. Misture novamente e sirva quente.

Dicas e Truques

  • Dessalgue com calma: Para garantir que o prato não fique salgado demais, deixe as carnes de molho por no mínimo 12 horas, trocando a água a cada 4 horas.
  • Use caldo natural: Evite os tabletes industrializados. O colorau, cominho, alho e cebola dão sabor suficiente. Se quiser reforçar, use um caldo caseiro de legumes.
  • Milho bem cozido: Certifique-se de que o milho esteja macio antes de juntar os demais ingredientes. Isso evita que ele fique duro ou ressecado.
  • Fritura do toucinho: O toucinho deve estar bem crocante. Você pode fritá-lo com antecedência e reservar em papel absorvente para manter a crocância.

Variações da Receita

  • Vegetariano com sabor nordestino: Troque as carnes por legumes defumados (como berinjela assada) e adicione proteína de soja hidratada para criar uma versão vegetariana com bastante sabor.
  • Com legumes: Adicione abóbora, cenoura ou batata-doce picadas para enriquecer o prato e deixá-lo mais nutritivo.
  • Toque picante: Gosta de um sabor mais forte? Acrescente pimenta dedo-de-moça picada ou um toque de molho de pimenta caseiro.

Como armazenar sobras?

O mungunzá salgado pode ser armazenado em potes bem fechados na geladeira por até 3 dias. Para congelar, espere esfriar completamente, divida em porções e congele por até 2 meses. Para reaquecer, leve ao fogo baixo com um pouco de água para recuperar a cremosidade, mexendo de vez em quando.

Acompanhamentos e Bebidas Sugeridas

Acompanhamentos:

  • Arroz branco simples (opcional)
  • Pimenta caseira
  • Farofa crocante
  • Salada de folhas verdes

Bebidas:

  • Cerveja artesanal leve ou pilsen gelada
  • Suco natural de limão ou caju
  • Refrigerante de cola ou guaraná para ocasiões festivas

Qual a origem do mungunzá salgado?

O mungunzá salgado tem uma história que começa lá atrás, com os povos africanos que vieram ao Brasil durante o período da escravidão. Eles trouxeram consigo o costume de cozinhar milho, um alimento muito presente em sua cultura. A palavra “mungunzá” vem do quimbundo, um idioma africano, e significa justamente “milho cozido”. Com o tempo, essa tradição foi se adaptando ao nosso país, especialmente no Nordeste, onde o prato ganhou novos ingredientes e passou a fazer parte da culinária do dia a dia.

A versão salgada do mungunzá mistura sabores indígenas, africanos e portugueses. É comum vê-lo nas festas juninas e em almoços em família, preparado com carnes, feijão-de-corda e temperos caseiros. Às vezes, leva queijo coalho ou nata, deixando tudo ainda mais gostoso. Cada colherada carrega um pouco da história do Brasil, com sua mistura de culturas e sabores. É um prato simples, mas cheio de significado.

Quais os benefícios do mungunzá?

O mungunzá salgado é um prato que, além de saboroso, pode ser bem nutritivo. Ele combina milho, feijão e carnes, formando uma refeição completa e cheia de energia. O milho é uma ótima fonte de carboidratos e ajuda a manter a saciedade. Já o feijão colabora com o bom funcionamento do intestino e fornece fibras importantes para o corpo. As carnes entram com as proteínas, essenciais para fortalecer os músculos e dar mais sustância ao prato.

Outro ponto positivo são as vitaminas e minerais presentes nos ingredientes, como ferro, magnésio e vitaminas do complexo B, que ajudam na saúde dos ossos e do sistema nervoso. Quando feito com temperos naturais como alho, cebola e coentro, o mungunzá fica ainda mais especial e saudável. É aquele tipo de comida que alimenta o corpo e conforta o coração. Ideal para dias mais frios ou momentos em que se busca uma refeição reforçada e cheia de sabor.

Quais diferenças culturais e regionais aparecem na receita de mungunzá salgado?

O mungunzá salgado é um prato que muda bastante de região para região, refletindo a riqueza cultural do Brasil. No Nordeste, por exemplo, ele é muito comum nas festas juninas e costuma ser preparado com carnes salgadas e defumadas, como charque, costelinha e toucinho. Já em outras áreas, como no Norte, é mais fácil encontrar versões feitas com frango ou até mesmo com menos gordura, dependendo dos costumes locais. Alguns lugares ainda dão um toque especial ao prato usando nata, queijo coalho ou leite de coco, deixando tudo mais cremoso e com sabor regional.

Além dos ingredientes, o próprio nome e o jeito de preparar o mungunzá podem variar. Essa receita é resultado da mistura de culturas africanas, indígenas e portuguesas, que influenciaram o modo como o milho é cozido e temperado. Em algumas cidades, o prato é servido como refeição principal; em outras, aparece como acompanhamento ou em ocasiões especiais. Cada região tem sua maneira de fazer, e isso torna o mungunzá salgado ainda mais interessante e cheio de história.


Conclusão

O mungunzá salgado é uma celebração da culinária nordestina em sua forma mais autêntica e acolhedora. Com ingredientes simples, mas cheios de sabor, essa receita conquista pela combinação perfeita entre o milho, o feijão e as carnes defumadas e salgadas. É um prato robusto, ideal para reunir a família e trazer aconchego nos dias frios ou em ocasiões especiais.

Além disso, é altamente nutritivo, rendendo muitas porções e sendo fácil de adaptar conforme o gosto ou os ingredientes disponíveis. Seu preparo pode parecer demorado, mas é simples e cheio de afeto em cada etapa. A textura cremosa e o aroma marcante transformam qualquer refeição em um momento especial. Vale a pena experimentar e resgatar essa tradição cheia de sabor e história. Uma verdadeira joia da cozinha brasileira!







Saah Fran
Uma apaixonada por culinária que encontrou na arte de cozinhar uma forma de expressão e criatividade. Nascida e criada em uma atmosfera onde os aromas e sabores desempenhavam um papel central, um amor incondicional pela gastronomia.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja também
Fechar
Botão Voltar ao topo